O objetivo primordial aqui é incentivar as crianças a se interarem com o mundo da leitura e da escrita. É o de valorizar o que produzem e como produzem. É promover a interação do aluno, da família e dos amigos em favor da alfabetização e letramento.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

ÁRVORE É VIDA,MENINO!


Você conhece uma árvore?
Onde viu uma?
Já subiu em uma árvore?
Já viu fruta no pé?
Já viu árvore carregadinha de manga, de goiaba,de laranja?
Já ficou embaixo de uma árvore chupando jabuticaba?
Já se refrescou na sombra de uma árvore?
Árvore não foi feita para ser derrubada,para ver suas folhas arrancadas, seus galhos destruídos por pura brincadeira de menino.
Árvore é abrigo, é casa pra passarinho. 
Árvore é beleza,é dia fresco, é ar puro,é primavera, é cheiro de natureza,é cidade jardim sem poluição.
Amanhã, menino, é dia da árvore, plante uma, cuide dela.
Quando ela crescer faça dela o seu descanso, herança para seu filho, para seu neto, para o planeta.

Árvore é vida, menino!

Joyce Pianchão

domingo, 11 de setembro de 2016

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Alfabetizar pode ser uma gostosa brincadeira


Aprender é uma gostosa criação
de letras formando palavras,
de palavras formando frases,
de frases formando histórias.

Imagine você viajando
nas histórias em quadrinhos,
nos livros de contos
e mais contos...

Viajando nas imagens e figuras
de revistas e jornais,
nas placas e propagandas,
nas ruas a passear.

Embarque nesta brincadeira
de estudar e aprender.
Vamos nos encontrar por aí
nesta aventura do saber.

Joyce Pianchão

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Aniversário da Escola Estadual Sandoval de Azevedo



Recebi o convite

A escola festeja os seus noventa anos.

A sua idade é festejada, diferente dos meus sessenta, nos quais preciso provar todos os dias que estou bem e viva.
Minha vida junto a você começou aos sete anos de idade. Isto mesmo! Com sete anos, muita medrosa, tímida, sem preparo escolar anterior, eu lhe enfrentei. Foi difícil, muito difícil, tão difícil, que dos quatro anos de estudo, muito pouco me lembro. Você vai dizer que é da idade, não é, lhe garanto, pois, nunca consegui descrever bem este período, somente alguns poucos momentos, algumas poucas imagens.
Eu me lembro do medo que eu tinha da diretora, lembro-me de minha mãe na sala de aula reclamando com a professora, porque me bateram e rasgaram o meu uniforme (ainda não havia preocupação com o bullying nas escolas).  Além disso, eu era chamada de “macarrão da Santa Casa”, devido à cor da pele, muito branca. Eu também me lembro de que a professora perguntou para minha mãe se eu tinha “algum problema” e pediu que ela me levasse ao psicólogo, devido ao meu silêncio (hoje sou barulho). Minha mãe não me levou e disse à professora que problema todo mundo tem. .E assim eu mesma fui “me curando” de acordo com as necessidades de sobrevivência.
Mas também tenho boas lembranças da minha primeira professora (a primeira é difícil esquecer), que dizia que minha letra era linda! (a minha auto estima agradeceu a força).
Você não vai acreditar escola! Voltei para você, depois de alguns anos, para trabalhar, agora eu já era professora! Moça nova e ainda muito tímida. Chorei quando fui chamada, ainda carregava o medo pela escola.
Quando se tem o medo, tudo parece maior do que é. A escola era enorme! Quanta gente! E a diretora ainda era a mesma... Justiça seja feita, a diretora que tanto medo me deixou na infância, recebeu-me muito bem e reconheceu logo no início o meu desempenho profissional. A primeira professora também lá estava. Esta foi uma boa notícia, um confortante encontro! Trabalhamos juntas por algum tempo e compartilhamos bons e conflituosos momentos.
Junto de você, eu fui superando meus medos, guardando a timidez, fui crescendo como professora e gente. E não vou lhe negar que questionei muito algumas das suas normas e regras. Algumas persistem, outras se foram.
E nós, eu e você, escola, passamos mais de quarenta anos juntas.
Momentos de alegria, realização e superação.  De tristeza, incompreensão e enfrentamento também.
Como em qualquer outra relação vivemos e morremos algumas vezes...
Eu passei por mudanças e você também. Ainda bem!  
 Eu encerrei minhas atividades de estudante e professora. Você continua firme, seguindo em frente. Se me permite lhe dizer, acho seus passos lentos. Não acredito que sejam pelos seus noventa anos. Nunca compreendi bem porque a escola, de onde deveria ser o nascimento, a partida de tudo, é onde geralmente a chegada é atrasada... O novo surge em outros cantos, para só depois chegar à escola. Por isto hoje se escuta que a escola precisa acompanhar a evolução e a necessidade dos alunos atuais, utilizar os novos recursos de aprendizagem, etc e etc...
 Não estou mais com você, nos despedimos no ano passado, mas não é possível dizer que você saiu de mim. Espero também estar em você.
De longe eu assisto seus noventa anos.
Chegam agora outras jovens professoras para a seu lado ficarem. Com certeza vocês vão se entender, vão superar juntas as dificuldades que surgirem. Vocês vão também se alegrar juntas, vão crescer, vão acelerar a partida... Pode também acontecer de se desentenderem, faz parte da aprendizagem de ambas... Acredite, é o meu desejo vê-la bem.
As jovens professoras vão passar por você, vão também deixar marcas e você vai ficar para sempre nelas. Como está impregnada em mim.
Escola, você talvez esteja a se perguntar: Afinal qual é o objetivo desta falação toda?
Eu acredito que revendo a minha trajetória escolar, como aluna e professora, eu esteja contribuindo, de certa maneira, para uma revisão de ações na instituição, que venham beneficiar o convívio de alunos e professores.
E se para nada mais servirem as minhas palavras, que sirvam para mim. Que elas façam sair coisas guardadas e não ditas e me deixem mais leve.
Quem sabe assim eu também chegue bem aos noventa como você.
O meu desejo maior é que eu possa ver (mesmo que seja de longe) você realmente crescer, mas crescer de verdade, crescer para o mundo, ser um mundo de muitas novas possibilidades de educar, no mais amplo sentido da palavra.
Que seu objetivo maior seja o de demonstrar que o mais importante  é não ter medo da escola, é nela querer ficar, é sentir-se verdadeiramente acolhido, aceito e respeitado. Respeitado no direito de exercer a liberdade de se expressar, de sentir, de ser ouvido, de se movimentar, de propor coisas novas, de ser compreendido.
Os mais de quarenta anos junto de você me fizeram entender que uma escola bonita de se ver não é uma escola silenciosa, mas sim uma escola onde os alunos tenham voz. Onde os professores silenciam-se para escutar mais (Porque nós professores falamos tanto? Fomos crianças silenciosas...).

Parabéns, Escola Estadual Sandoval de Azevedo!
Parabéns pelos seus noventa anos.
Parabéns pela oportunidade que tem de continuar viva e de acreditar que a Educação é ainda o bem mais precioso a ser adquirido por todos.
Parabéns pela oportunidade que você dá a todos que acolhe de fazer mais e melhor. Fazer a diferença  e acrescentar. É isto! O importante é acrescentar. Sem acrescentar, nada deixamos de significativo e verdadeiro.
Parabéns pelos seus erros, pois são eles que  abrem os caminhos de retomada, de avaliação, de questionamentos,  da procura pelas respostas, de momentos de reflexão, de redefinição de metas  para saber onde realmente quer chegar, o que realmente quer alcançar.
Parabéns pelos seus acertos que são o resultado de trabalho coletivo, de planejamento, de engajamento.
Parabéns para todos que têm a oportunidade de ser você, assim como eu tive.

Joyce Pianchão
Setembro de 2016